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A evolução da espécie humana trouxe avanço na evolução universal, chegando também aos que, mesmo gozando das parafernálias tecnológicas confinantes, tem tempo para cuidar da saúde e do condicionamento físico. Um equipamento muito utilizado pelos tipos ativos, independente do esporte ou modalidade física que praticam, é o tênis. Esse sofreu grandes transformações em seu formato. Milhões de dólares foram investidos para proporcionar ao consumidor final o tão sonhado “upgrade” em seu desempenho físico.
Há alguns anos, o mundo da corrida de rua vem sendo contemplado com muitas pesquisas científicas, comprovando o uso do tênis adequado ao tipo de pisada específica de cada corredor e alguns, aprovando o seu desuso. Apesar de pequena a produção de estudos sobre treinar descalço, essas foram suficientes para aquecer a discussão sobre o assunto. Em contrapartida, hipóteses foram levantadas, apontando um maior índice de lesões com o uso do calçado.
Na história esportiva, exemplos de atletas de corrida descalços impressionaram o mundo. Em 1960, nas Olimpíadas de Roma, o etíope Abebe Bikila venceu a Maratona descalço. Em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, a Sul-africana Zola Budd venceu a prova de 3.000 metros da mesma forma. Em 1986, a brasileira Jorilda Sabino sagrou-se vice-campeã na Corrida Internacional de São Silvestre.
Obviamente, os atletas citados acima e outros tantos, profissionais e amadores, no início de suas vidas esportivas, não possuíam acesso a calçados e decidiram com o que tinham à mão, ou melhor, aos pés.
O ponto de maior controvérsia está inserido na questão do apoio do pé com o piso. Pesquisadores do Departamento de Evolução Biológica Humana, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, em 2010, coletaram informações sobre a força aplicada em pisadas com pés descalços e tênis de amortecimento. Corredores norte-americanos com tênis e descalços e corredores quenianos descalços, esses da região de Rift Valley, foram filmados e analisados. Constatou-se que independente da dureza do piso, os que correram descalços sofriam menor impacto, pois iniciavam o contato da pisada com a planta do pé.
Ainda sobre o estudo acima, correndo com o tênis, o primeiro ponto de contato com o piso é do calcanhar, a partir do qual é transferido o impacto às articulações acima, devido à necessidade de elevar a parte anterior do pé. A entressola e sola exigem essa ação, o que aumentaria o risco de lesão, ao invés de evitá-las, segundo conclusão do estudo.
Outra questão põe em cheque a teoria do tipos de pisada pronada (apoio excessivo na parte interna do pé), supinada (apoio excessivo na parte lateral do pé) e neutra (tipo ideal de pé). Acredita-se que a correção necessária é realizada pelo próprio pé, que identifica qual a melhor forma de pisar.
Há empresas que criaram uma espécie de luva para os pés, visando apenas a proteção da sola dos mesmos, prevenindo contato com objetos contundentes e favorecendo o fortalecimento da musculatura intrínseca inferior (profunda). Todas as grandes marcas de tênis de corrida possuem opções de calçado mínimo (solado baixo) que se aproximam dessa teoria, facilitando a corrida com o apoio médio do pé.
Ficou com dúvida de qual corrente seguir? Esse assunto ainda vai dar o que falar.
Chegará o dia que remeteremos aos primórdios, quando o homem corria sem proteção alguma nos pés para se deslocar, caçar ou sobreviver? Isso se trata de involução ou evolução?
Enquanto a compra do tênis mais sofisticado estiver ligada ao estatus, dificilmente os corredores de plantão migrarão para os modelos em formato de luva. As pesquisas podem dizer muito, mas apenas a experiência pessoal pode confirmar o que é melhor para cada um. Seja qual for a opção, o acompanhamento profissional é fundamental.
Correndo descalço: Retrocesso ou evolução da biologia humana?
Posted: agosto 28th, 2012
Por Anderson LopesA evolução da espécie humana trouxe avanço na evolução universal, chegando também aos que, mesmo gozando das parafernálias tecnológicas confinantes, tem tempo para cuidar da saúde e do condicionamento físico. Um equipamento muito utilizado pelos tipos ativos, independente do esporte ou modalidade física que praticam, é o tênis. Esse sofreu grandes transformações em seu formato. Milhões de dólares foram investidos para proporcionar ao consumidor final o tão sonhado “upgrade” em seu desempenho físico.
Há alguns anos, o mundo da corrida de rua vem sendo contemplado com muitas pesquisas científicas, comprovando o uso do tênis adequado ao tipo de pisada específica de cada corredor e alguns, aprovando o seu desuso. Apesar de pequena a produção de estudos sobre treinar descalço, essas foram suficientes para aquecer a discussão sobre o assunto. Em contrapartida, hipóteses foram levantadas, apontando um maior índice de lesões com o uso do calçado.
Na história esportiva, exemplos de atletas de corrida descalços impressionaram o mundo. Em 1960, nas Olimpíadas de Roma, o etíope Abebe Bikila venceu a Maratona descalço. Em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, a Sul-africana Zola Budd venceu a prova de 3.000 metros da mesma forma. Em 1986, a brasileira Jorilda Sabino sagrou-se vice-campeã na Corrida Internacional de São Silvestre.
Obviamente, os atletas citados acima e outros tantos, profissionais e amadores, no início de suas vidas esportivas, não possuíam acesso a calçados e decidiram com o que tinham à mão, ou melhor, aos pés.
O ponto de maior controvérsia está inserido na questão do apoio do pé com o piso. Pesquisadores do Departamento de Evolução Biológica Humana, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, em 2010, coletaram informações sobre a força aplicada em pisadas com pés descalços e tênis de amortecimento. Corredores norte-americanos com tênis e descalços e corredores quenianos descalços, esses da região de Rift Valley, foram filmados e analisados. Constatou-se que independente da dureza do piso, os que correram descalços sofriam menor impacto, pois iniciavam o contato da pisada com a planta do pé.
Ainda sobre o estudo acima, correndo com o tênis, o primeiro ponto de contato com o piso é do calcanhar, a partir do qual é transferido o impacto às articulações acima, devido à necessidade de elevar a parte anterior do pé. A entressola e sola exigem essa ação, o que aumentaria o risco de lesão, ao invés de evitá-las, segundo conclusão do estudo.
Outra questão põe em cheque a teoria do tipos de pisada pronada (apoio excessivo na parte interna do pé), supinada (apoio excessivo na parte lateral do pé) e neutra (tipo ideal de pé). Acredita-se que a correção necessária é realizada pelo próprio pé, que identifica qual a melhor forma de pisar.
Há empresas que criaram uma espécie de luva para os pés, visando apenas a proteção da sola dos mesmos, prevenindo contato com objetos contundentes e favorecendo o fortalecimento da musculatura intrínseca inferior (profunda). Todas as grandes marcas de tênis de corrida possuem opções de calçado mínimo (solado baixo) que se aproximam dessa teoria, facilitando a corrida com o apoio médio do pé.
Ficou com dúvida de qual corrente seguir? Esse assunto ainda vai dar o que falar.
Chegará o dia que remeteremos aos primórdios, quando o homem corria sem proteção alguma nos pés para se deslocar, caçar ou sobreviver? Isso se trata de involução ou evolução?
Enquanto a compra do tênis mais sofisticado estiver ligada ao estatus, dificilmente os corredores de plantão migrarão para os modelos em formato de luva. As pesquisas podem dizer muito, mas apenas a experiência pessoal pode confirmar o que é melhor para cada um. Seja qual for a opção, o acompanhamento profissional é fundamental.
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