terça-feira, 16 de outubro de 2012

CORRENDO DESCALÇO

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Correndo descalço: Retrocesso ou evolução da biologia humana?
Posted: agosto 28th, 2012
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Em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, a sul-africana Zola Budd venceu descalça os 3.000m – Foto: ThinkStock
Por Anderson Lopes
A evolução da espécie humana trouxe avanço na evolução universal, chegando também aos que, mesmo gozando das parafernálias tecnológicas confinantes, tem tempo para cuidar da saúde e do condicionamento físico. Um equipamento muito utilizado pelos tipos ativos, independente do esporte ou modalidade física que praticam, é o tênis. Esse sofreu grandes transformações em seu formato. Milhões de dólares foram investidos para proporcionar ao consumidor final o tão sonhado “upgrade” em seu desempenho físico.
Há alguns anos, o mundo da corrida de rua vem sendo contemplado com muitas pesquisas científicas, comprovando o uso do tênis adequado ao tipo de pisada específica de cada corredor e alguns, aprovando o seu desuso. Apesar de pequena a produção de estudos sobre treinar descalço, essas foram suficientes para aquecer a discussão sobre o assunto. Em contrapartida, hipóteses foram levantadas, apontando um maior índice de lesões com o uso do calçado.
Na história esportiva, exemplos de atletas de corrida descalços impressionaram o mundo. Em 1960, nas Olimpíadas de Roma, o etíope Abebe Bikila venceu a Maratona descalço. Em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, a Sul-africana Zola Budd venceu a prova de 3.000 metros da mesma forma. Em 1986, a brasileira Jorilda Sabino sagrou-se vice-campeã na Corrida Internacional de São Silvestre.
Obviamente, os atletas citados acima e outros tantos, profissionais e amadores, no início de suas vidas esportivas, não possuíam acesso a calçados e decidiram com o que tinham à mão, ou melhor, aos pés.
O ponto de maior controvérsia está inserido na questão do apoio do pé com o piso. Pesquisadores do Departamento de Evolução Biológica Humana, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, em 2010, coletaram informações sobre a força aplicada em pisadas com pés descalços e tênis de amortecimento. Corredores norte-americanos com tênis e descalços e corredores quenianos descalços, esses da região de Rift Valley, foram filmados e analisados. Constatou-se que independente da dureza do piso, os que correram descalços sofriam menor impacto, pois iniciavam o contato da pisada com a planta do pé.
Ainda sobre o estudo acima, correndo com o tênis, o primeiro ponto de contato com o piso é do calcanhar, a partir do qual é transferido o impacto às articulações acima, devido à necessidade de elevar a parte anterior do pé. A entressola e sola exigem essa ação, o que aumentaria o risco de lesão, ao invés de evitá-las, segundo conclusão do estudo.
Outra questão põe em cheque a teoria do tipos de pisada pronada (apoio excessivo na parte interna do pé), supinada (apoio excessivo na parte lateral do pé) e neutra (tipo ideal de pé). Acredita-se que a correção necessária é realizada pelo próprio pé, que identifica qual a melhor forma de pisar.
Há empresas que criaram uma espécie de luva para os pés, visando apenas a proteção da sola dos mesmos, prevenindo contato com objetos contundentes e favorecendo o fortalecimento da musculatura intrínseca inferior (profunda). Todas as grandes marcas de tênis de corrida possuem opções de calçado mínimo (solado baixo) que se aproximam dessa teoria, facilitando a corrida com o apoio médio do pé.
Ficou com dúvida de qual corrente seguir? Esse assunto ainda vai dar o que falar.
Chegará o dia que remeteremos aos primórdios, quando o homem corria sem proteção alguma nos pés para se deslocar, caçar ou sobreviver? Isso se trata de involução ou evolução?
Enquanto a compra do tênis mais sofisticado estiver ligada ao estatus, dificilmente os corredores de plantão migrarão para os modelos em formato de luva. As pesquisas podem dizer muito, mas apenas a experiência pessoal pode confirmar o que é melhor para cada um. Seja qual for a opção, o acompanhamento profissional é fundamental.
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