Correr os 42.195 metros de uma maratona já foi
considerado como o maior limite da resistência do ser humano. O
significado quase místico dessa prova originou-se com a desventura do
soldado grego que morreu após percorrer tal distância.
Nas últimas décadas, correr uma maratona deixou de ser uma prerrogativa
dos heróis para se tornar um desafio ao alcance da grande maioria dos
indivíduos saudáveis, mesmo que de idade já mais avançada. Esta
afirmação pode parecer um tanto exagerada, porém existem inúmeros
exemplos que fortalecem esse ponto de vista. Um dos casos mais
convincentes é o de um americano que foi submetido à um transplante
cardíaco e após um período de reabilitação e treinamento tornou-se capaz
de completar a Maratona de Chicago! Vale destacar que o doador do
coração não era nenhum maratonista!
A capacitação de um indivíduo para correr uma maratona nunca deverá
ter, no entanto, uma iniciativa sem o devido respaldo de uma competente
retaguarda de orientação médica e de preparação física por parte de
profissionais competentes, para assegurar que o desafio não termine em
tragédia.
Para se ter uma idéia do que significa correr uma maratona, podemos
relacionar alguns indicadores fisiológicos das exigências a que o
organismo é submetido durante a prova:
- Para correr os 42 Km, um indivíduo irá gastar cerca de 2.500
calorias, ou seja, mais do que o gasto calórico correspondente às 24
horas do dia do indivíduo normal.
- Durante a prova, dependendo da temperatura e umidade do ar, um
corredor de maratona perde de 1 a 2 litros de água por hora, o que
indica uma necessidade absoluta de ingerir líquidos durante a corrida.
Mesmo com a reidratação, é comum uma perda de 3 a 4 kg de peso.
- Em função do enorme gasto de calorias, o principal combustível
energético dos músculos, o glicogênio muscular é praticamente esgotado
após a corrida, o que exige uma dieta de recuperação principalmente rica
em
carboidratos.
Como se vê, correr uma maratona, apesar de ser um desafio ao alcance de
um indivíduo saudável, exige realmente toda uma preparação adequada e
sobretudo uma adaptação progressiva do organismo para suportar as
exigências da prova.
Esse desafio, que parecia ser o limite da resistência humana na época
da Grécia Antiga, hoje em dia adquire uma outra dimensão quando se vê um
triatleta correr os 42 Km após ter nadado 10 km e pedalado 120 km!
Prof. Dr. Turibio Leite de Barros Neto<
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