Um dilúvio na São Silvestre
Descidas e a forte chuva na tarde deste sábado moldaram os resultados no pódio da corrida
São Paulo – A 87ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre teve novidades no percurso e no pódio, além de uma convidada inesperada: a chuva. Os 25 mil participantes da prova correram os 15 quilômetros em sua quase totalidade debaixo de muita água. O novo trajeto, saindo da Avenida Paulista e chegando no Obelisco do Ibirapuera, foi tomado por poças, trazendo insegurança inclusive aos atletas da elite.
Na prova masculina, os africanos levaram a melhor em cima dos brasileiros e surpreenderam inclusive o vencedor, Bekele Tariku. Com o tempo de 43min35, ele sagrou-se campeão dessa edição e superou favoritos como Martin Lel e os brasileiros Damião de Souza e Marilson dos Santos.
“Estou surpreso com o meu resultado e a vitória, pois essa é apenas minha segunda prova de 15 quilômetros. Meu foco é em provas indoor, não estou acostumado a correr distâncias maiores como da São Silvestre. Mesmo assim, consegui controlar a velocidade do pelotão e vencer”, comemorou o etíope, que acompanha o irmão, Kenesisa, nos treinos e acredita ter deixado toda a família orgulhosa com a vitória.
Segundo colocado, o queniano Mark Korir, cruzou a linha da chegada apenas 23 segundos após Bekele Tariku. “Foi uma prova de ótimo nível, todos os atletas correram em um nível muito forte. A chuva atrapalhou, mas estou feliz com o resultado”.
Tidos como favoritos, Martin Lel e Marilson contam que tanto a chuva quanto as subidas e descidas do percurso tornaram a prova mais difícil. “Os africanos imprimiram um ritmo muito forte desde o começo e tentei acompanha-los, mas a primeira descida era muito íngreme e no sexto quilômetro já senti o cansaço. Agora é treinar para esse novo percurso, que impõe um ritmo mais rápido à prova”, prevê Marilson. Martin Lel considerou a chuva o maior obstáculo da prova, mas apreciou o percurso novo e a quarta colocação. “As descidas e subidas tornaram a corrida muito boa, mas acredito que a chuva prejudicou não só a mim, mas todos os atletas”.
Damião de Souza, brasileiro mais rápido na São Silvestre, comemorou o sétimo lugar. “É a minha primeira vez entre os dez melhores, por isso já estou muito satisfeito. Agora que já sei as dificuldades do percurso, vou treinar mais em 2012 para conseguir um resultado ainda melhor”.
Brasileiras X Quenianas – Entre as mulheres, a predominância estrangeira foi a mesma. A queniana Jeptoo Priscah e a etíope Wude Ayalew correram lado a lado durante todo o percurso e protagonizaram uma chegada emocionante. Priscah cruzou a linha de chegada apenas quatro segundos antes de Ayalew, e garantiu à vitória com 48min48. “Nunca corri com tanta chuva, mas estou feliz com o resultado. Espero voltar no próximo ano para garantir mais uma vitória”, celebra a queniana.
Completaram o pódio a queniana Eunice Kirwa, a marroquina naturalizada italiana Nadia Ejjafini e a também queniana Rumokol Chepkanan, com 50min58, 51min19 e 51min44, respectivamente. Cruz Nonata da Silva foi a brasileira melhor colocada na prova, e cruzou a linha de chegada em sexta posição com o tempo de 51min59. “A chuva foi muito forte, e acabou me prejudicando, pois nem em treinamentos corri com tanta água. Estou feliz com o resultado, pois a prova foi de alto nível, e as atletas estrangeiras estão de parabéns pelas conquistas”. Adriana Aparecida da Silva terminou a prova entre as dez melhores colocadas, na oitava posição, com o tempo de 52min15, seguida de Sueli Pereira, com 53min32.
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