Segunda-feira, 25 de Março de 2013
AFRICANOS MANTÊM TRADIÇÃO E VENCEM EM LISBOA - José Rocha e Dulce Félix são os melhores portugueses
Fizeram jus ao seu estatuto de favoritos os quenianos Bernard Koech e Edna Kiplagat, ao vencerem ontem a 23ª edição da Meia Maratona de Lisboa. José Rocha e Dulce Félix foram os melhores portugueses, apenas batidos por atletas africanos na classificação geral, exceção feita ao alemão Andre Pollmacher, único europeu a superar José Rocha.
Bernard Koech saiu de um grupo de africanos que comandou a corrida desde o início, já na última parte da prova, para vencer destacado, com 59'.54'', 27 segundos à frente do compatriota Peter Some (01h00'.21''). O etíope Abera Kuma ocupou a terceira posição no pódio ao concluir a prova em 01h01'.09''.
Cessa assim o "reinado" de Zersenay Tadese, vencedor das três anteriores edições, mantendo-se contudo a sua marca de 2010 como Recorde do Mundo da distância, situado nos 58'.23''.
José Rocha, em 12º lugar, foi o primeiro luso a cortar a meta, registando 01h05'.06'', partindo "de trás para a frente" e consolidando um bom resultado. O calor, o vento e a humidade do ar, aliados ao forte ritmo imposto pelos africanos, tornaram a corrida "muito desgastante", pelo que a satisfação no final foi ainda maior para o atleta do Maratona.
Fernando Silva (14º, com 01h05'.28''), Ricardo Ribas (16º, com 01h05'.52'') e José Moreira (17º, também com 01h05'.52''), foram os portugueses que se seguiram.
António Pinto, com os seus 59'.43'', melhor marca mundial de então, em 1998, continua a ser o único vencedor português da história da Meia Maratona de Lisboa.
Edna Kiplagat, em quem recaíam expetativas de "Recorde do Mundo", depressa viu esfumarem-se essas possibilidades, dado que as condições climatéricas eram adversas. Contudo, imprimiu o seu ritmo poderoso, ladeada por duas compatriotas que cedo descolaram das restantes, vencendo depois com naturalidade e à vontade em 01h08'.48''. Eunice Kirwa e Pasalia Chepkorir Kipkoech foram 2ª e 3ª, respetivamente, com 01h08'.59'' e 01h09'.21''.
Dulce Félix, que liderou até ao final um trio de perseguidoras, acabou por ver fugir-lhe o 4º lugar quase sobre a meta, terminando com 01h10'.44'', a 3 segundos de Sylvia Kibet, também ela queniana.
Sara Moreira, com 01h14'.30'', em 14º lugar, foi a segunda das portuguesas a cortar a meta, uma semana depois do 10º lugar obtido na Meia Maratona de Nova Iorque (01h11'.03'', a 17 de março).
Em cadeiras de rodas, a emotividade não faltou até ao final, com a prova masculina a ser discutida ao milímetro entre o espanhol Roger Puigbu e o suiço Heinz Frei. Ambos cortaram a meta com 44'.31'', a apenas 5 segundos do espanhol Jordi Madera, terceiro classificado, com 44'.36''. Alexandrino Silva foi o melhor português, ocupando a 10ª posição, com 52'.14''.
Esta 23º edição da Meia Maratona de Lisboa fica marcada pelo recorde de participantes, que este ano atingiu os 40.000, número que atira o evento lisboeta para patamares semelhantes a agumas outras organizações internacionais de prestígio.
Algumas críticas ouvidas no pelotão também as houve, principalmente pela não entrega das camisolas anunciadas a todos os que pagaram a sua inscrição e contribuíram para o sucesso do evento, além daquela que é talvez a mais antiga e badalada falha desta organização e que se prende com a impossibilidade de se fazer um aquecimento conveniente para a prova, enquanto se aguarda longamente a hora do tiro de partida. Se a elite tem - como não poderia deixar de ter - todas condições para poder alcançar as suas melhores performances, a maioria esmagadora dos atletas que pretendem fazer a prova de corrida fica impossibilitada de o fazer nas condições mínimas ideais. Esta situação é agravada com a disposição dos grupos à partida, onde há caminhantes ou atletas que pretendem apenas desfrutar da travessia da ponte, alguns empurrando os carrinhos com as suas crianças, colocados na linha da frente; os atropelamentos são mais que muitos, situação desnecessária se a disposição fosse outra (independentemente de se ter ou não um dorsal VIP).
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