quinta-feira, 11 de abril de 2013

AFRICANOS MANTÊM TRADIÇÃO E VENCEM EM LISBOA -


Segunda-feira, 25 de Março de 2013

AFRICANOS MANTÊM TRADIÇÃO E VENCEM EM LISBOA - José Rocha e Dulce Félix são os melhores portugueses

Fizeram jus ao seu estatuto de favoritos os quenianos Bernard Koech e Edna Kiplagat, ao vencerem ontem a 23ª edição da Meia Maratona de Lisboa. José Rocha e Dulce Félix foram os melhores portugueses, apenas batidos por atletas africanos na classificação geral, exceção feita ao alemão Andre Pollmacher, único europeu a superar José Rocha.

Bernard Koech saiu de um grupo de africanos que comandou a corrida desde o início, já na última parte da prova, para vencer destacado, com 59'.54'', 27 segundos à frente do compatriota Peter Some (01h00'.21''). O etíope Abera Kuma ocupou a terceira posição no pódio ao concluir a prova em 01h01'.09''.
Cessa assim o "reinado" de Zersenay Tadese, vencedor das três anteriores edições, mantendo-se contudo a sua marca de 2010 como Recorde do Mundo da distância, situado nos 58'.23''.
José Rocha, em 12º lugar, foi o primeiro luso a cortar a meta, registando 01h05'.06'', partindo "de trás para a frente" e consolidando um bom resultado. O calor, o vento e a humidade do ar, aliados ao forte ritmo imposto pelos africanos, tornaram a corrida "muito desgastante", pelo que a satisfação no final foi ainda maior para o atleta do Maratona.
Fernando Silva (14º, com 01h05'.28''), Ricardo Ribas (16º, com 01h05'.52'') e José Moreira (17º, também com 01h05'.52''), foram os portugueses que se seguiram.
António Pinto, com os seus 59'.43'', melhor marca mundial de então, em 1998, continua a ser o único vencedor português da história da Meia Maratona de Lisboa.

Edna Kiplagat, em quem recaíam expetativas de "Recorde do Mundo", depressa viu esfumarem-se essas possibilidades, dado que as condições climatéricas eram adversas. Contudo, imprimiu o seu ritmo poderoso, ladeada por duas compatriotas que cedo descolaram das restantes, vencendo depois com naturalidade e à vontade em 01h08'.48''. Eunice Kirwa e Pasalia Chepkorir Kipkoech foram 2ª e 3ª, respetivamente, com 01h08'.59'' e 01h09'.21''.

Dulce Félix, que liderou até ao final um trio de perseguidoras, acabou por ver fugir-lhe o 4º lugar quase sobre a meta, terminando com 01h10'.44'', a 3 segundos de Sylvia Kibet, também ela queniana.
Sara Moreira, com 01h14'.30'', em 14º lugar, foi a segunda das portuguesas a cortar a meta, uma semana depois do 10º lugar obtido na Meia Maratona de Nova Iorque (01h11'.03'', a 17 de março).

Em cadeiras de rodas, a emotividade não faltou até ao final, com a prova masculina a ser discutida ao milímetro entre o espanhol  Roger Puigbu e o suiço Heinz Frei. Ambos cortaram a meta com 44'.31'', a apenas 5 segundos do espanhol Jordi Madera, terceiro classificado, com 44'.36''. Alexandrino Silva foi o melhor português, ocupando a 10ª posição, com 52'.14''. 

Esta 23º edição da Meia Maratona de Lisboa fica marcada pelo recorde de participantes, que este ano atingiu os 40.000, número que atira o evento lisboeta para patamares semelhantes a agumas outras organizações internacionais de prestígio.
Algumas críticas ouvidas no pelotão também as houve, principalmente pela não entrega das camisolas anunciadas a todos os que pagaram a sua inscrição e contribuíram para o sucesso do evento, além daquela que é talvez a mais antiga e badalada falha desta organização e que se prende com a impossibilidade de se fazer um aquecimento conveniente para a prova, enquanto se aguarda longamente a hora do tiro de partida. Se a elite tem - como não poderia deixar de ter - todas condições para poder alcançar as suas melhores performances, a maioria esmagadora dos atletas que pretendem fazer a prova de corrida fica impossibilitada de o fazer nas condições mínimas ideais. Esta situação é agravada com a disposição dos grupos à partida, onde há caminhantes ou atletas que pretendem apenas desfrutar da travessia da ponte, alguns empurrando os carrinhos com as suas crianças, colocados na linha da frente; os atropelamentos são mais que muitos, situação desnecessária se a disposição fosse outra (independentemente de se ter ou não um dorsal VIP).  

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Os segredos dos corredores quenianos para correr mais rápido



Os segredos dos corredores quenianos para correr mais rápido


track worlds 300x300 Os segredos dos corredores quenianos para correr mais rápido
A técnica é um dos diferenciais dos corredores quenianos
Muito se especula sobre a dominância dos corredores quenianos nas corridas de rua. Existem muitasteorias a respeito, a velha discussão da influência da genética e do treinamento sobre a performance. A maioria dos corredores quenianos de destaque nasceram e cresceram em grandes altitudes. Correr em grandes altitudes supostamente aumenta a capacidade pulmonar porque os corredores crescem acostumados com o ar rarefeito. Mas se a altitude fosse o único determinante da performance os sherpas nepalensesseriam os melhores maratonistas do mundo.
Minha opinião pra a razão dos corredores quenianos aponta para 2 outros fatores: o tipo de treinamento e a economia de movimento (lê-se técnica).
A técnica de corrida dos quenianos tem 4 pontos principais:
  • postura ereta com o corpo levemente inclinado para a frente,
  • uma cadência alta de passadas (por volta de 130 passadas por minuto),
  • pisada com o meio do pé e joelhos levemente flexionados
  • passos curtos, carinhosamente chamados por mim de “passinho da vovó”. Não que os quenianos corram as provas com passadas curtas, pelo contrário, suas passadas são grandes, mas o paradigma encontra-se ai, treinar com “passinhos da vovó” desenvolve a correta mecânica da passada. (Leia também Correr descalço pode ser menos lesivo do que você imagina)
Dessa forma os quenianos usam menos energia para correr e conseguem aliviar o impacto sobre os joelhos. Tente adotar essa técnica gradualmente experimentando correr com passos mais curtos e cadência de passadas altas. Tenha em mente que dessa forma o esforço passa para os músculos da panturrilha, glúteos e para os músculos posteriores de coxa.

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Repare na postura e na passada dos corredores quenianos
O grande segredo do treinamento na minha opinião está na forma como eles treinam. Você já deve ter assistido várias provas onde os quenianos se colocam no meio do pelotão e quando decidem imprimir seu ritmo ninguém aguenta acompanhá-los. Eles usam uma estratégia simples, dividem sua prova negativamente.
O que é isso? Isso nada mais é do que fazer a segunda metade da prova mais rápida do que a primeira. A maioria dos recordes mundiais no atletismo de fundo foram batidos dessa forma, correndo a segunda metade da prova mais rápido do que a primeira metade.
O negativo, na verdade, é bem fácil de ser treinado. Basta que durante suas séries de treinamento intervalado (ou tiros) você tente fazer com que ao longo do treino você aumente a velocidade dos tiros. Por exemplo, se você for fazer 5 tiros de 1km e quiser manter o ritmo de 5′/km (12km/h) ao longo da série faça o seguinte: faça os 2 primeiros tiros em 5’10”/km (um pouco mais lentos), o 3º e 4º tiro para 5′/km e o tente fazer o ultimo tiro para 4’40”-4’50”/km. Na média, você acaba correndo no tempo que você queria mas dividindo a série dessa forma você “ensina” o seu corpo a conseguir correr forte mesmo quando cansado. (Leia também Os novos benefícios do treinamento intervalado)
Simples, não? Experimente adotar essa abordagem nos seus treinos e sinta a diferença!


Leia mais:http://www.espiritooutdoor.com/os-segredos-dos-corredores-quenianos/#ixzz2QBO1lidp